quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O início

E assim começou a minha carreira internacional, seja longa, seja curta, seja um sucesso, seja um desastre, começou ligada a algo sobre o qual não tinha qualquer controlo. Um slide exposto para 400 pessoas, com o meu nome, a empresa e o país de destino. Um slide que me podia atirar para qualquer canto do mundo.

Antes que me pudesse ser facultado o privilégio de saber para onde seria expatriado durante os próximos 6 meses, tive que passar uma semana a fazer uma “formação de práticas internacionais” intensiva. Uma semana de tortura à espera do dia em tudo se decidia. Mas que acabou por ser um misto de pleasure and pain.

Ouvi experiências, curiosidades e histórias claramente exageradas, mas que por sinal ficaram bem mais interessantes assim. Tive palestras dadas por um life coach. Fiz yoga do riso. Descobri que os meus animais mentais são a águia e o tubarão (longa história). E participei num abraço generalizado, devido ao facto do contacto humano fazer com que o nosso corpo larga um químico qualquer que nos faz sentir bem.

Ainda tive o privilégio de conhecer um conjunto de pessoas apenas ligadas pela primeira letra do nome e pelo facto de estarem dispostas à aventura do desconhecido. Um conjunto diverso, alguns com personalidades fortes, outros com sotaques regionais, uma espécie de multi-culturalismo cá dentro. Mas acima de tudo um grupo fantástico.

E de repente e quase sem dar conta chegou o grande dia. E embora me sentisse nervoso... não era apenas medo do desconhecido, mas também entusiasmo que só pode vir de saber que a partir daquele momento nada iria ser igual. Iria ser o culminar duma semana que ia de encontro a tudo que planeei para a minha vida profissional e pessoal. Enfrentar o desconhecido e conhecer pessoas diferentes e interessantes. E de repente apareceu o meu destino no slide. No meio da confusão generalizada do evento, no meio dos risos, dos choros e dos gritos…

O desconhecido acabou por ser o Sillicon Valley, na Califórnia. A vida tem desta coisas… muitas vezes surpreende-nos e leva-nos a suplantar as nossas expectativas.